Fantomas - 1974



Sem dúvida nenhuma, Fantomas (aka Ogon Bato/Fantaman - 1974) foi um dos melhores desenhos feitos para ser exibido em seriados na televisão, mas o maior impacto mesmo é a figura sinistra do guerreiro que surge como um espectro sobrevoando os céus com sua capa sempre esvoaçando ao vento. Sob uma atmosfera típica dos próprios episódios, Fantomas aparece gargalhando como um ser sobrenatural para enfrentar o seu pior inimigo, o Dr. Zero, um cientista louco que quer dominar o mundo, e para isso ele usa de todas as artimanhas da ciência futurística com recursos bem modernos voltados para o domínio absoluto do poder mundial.

Fantomas apareceu em 1947 no mangá assinado por Takeo Nagamatsu. Antes, em uma espécie de teatro de ilustrações chamado kami-shibai, uma diversão popular no pós-guerra. Além da versão de Nagamatsu, ouve uma outra, assinada pelo mestre Osamu Tezuka. O herói é um esqueleto envolto em uma capa com golas altas que lembra muito a capa dos vampiros dos filmes antigos de horror. Em uma de suas mãos Fantomas segura sempre uma clava ou bastão como arma para enfrentar seus oponentes. Contracenando, surge ainda o assistente do Dr. Zero, conhecido como Gorgo, que também possui um visual bastante exótico, típico de um criminoso frio, trajando um casaco alaranjado com golas também levantadas. A torre do Dr. Zero é uma espécie de nave móvel, onde o mesmo refugia-se para traçar seus planos secretos contra o bem da humanidade em geral.

A série Fantomas é povoada de monstros e criaturas bizarras que surgem em cada capítulo dando um estilo original e independente um do outro. Quando o espectador assiste a cada episódio, mergulha num mundo repleto de curiosidades, voltadas para a ciência na maioria das vezes. Robôs gigantes, homens mecânicos, ciborgues, monstros espaciais ou aquáticos, espectros, tudo está manipulado pelo Dr. Zero para conquistar o mundo.

Surge então como representante do bem, um outro cientista, o Dr. Still, que também é rival do Dr. Zero e de Gorgo, e fazem parte ainda do time do bem, um rapaz de nome Terry, uma garota chamada Marie Müller e um bonachão com o nome de Gabi. Bons tempos eram aqueles quando alguma emissora de televisão exibia pérolas tão preciosas que divertiam a todos sem distinção. Fantomas não foi um desenho feito só para crianças assistirem, mas para gente de todas as idades.

A agressividade do desenho animado não estava relacionado com as armas e as lutas, mas com o impacto dos próprios personagens que tinham uma postura superior a muito lixo exibido hoje em dia por aí afora. O próprio Dr. Zero é um ser bizarro, com quatro olhos e metade do seu corpo é mecânico. Possui uma voz sinistra e uma das suas mãos lembra-nos as mãos daquele famoso robô do Dr. Smith na série de TV da década de 60, Perdidos no Espaço, pois são dois ganchos afiados que se unem para segurar uma arma, por exemplo.

Considerando a qualidade desse desenho em comparação com estes modernos atuais e contemporâneos americanos, a diferença é infinita. Não pode-se nem comparar uma coisa com outra, pois seria uma ofensa grave e imperdoável. Fantomas pertenceu a uma geração e a um período na história, sendo assim, cabe aos colecionadores adquirir alguns capítulos para apreciação. Seria talvez um contracenso exibir novamente Fantomas na televisão, pois as novas gerações talvez não compreenderiam a grandeza e a qualidade excepcional desta obra maravilhosa que um dia brilhou na televisão, povoando a imaginação de todos nós que tivemos o privilégio de pertencer a este período de glória dos seriados e desenhos da TV. 
No Brasil, foram feitas duas dublagens pela Cine Castro. Na primeira, ainda com as películas de 16 mm em branco e preto, chamaram o desenho de Fantomas; isso no final dos anos 60. Quando a TV colorida chegou por aqui, no início dos anos 70, novas cópias do desenho foram adquiridas e redubladas, pela mesma equipe de dublagem da Cine Castro que havia efetuado a primeira dublagem, porém, inexplicavelmente, chamaram o desenho de Fantaman - O Guerreiro da Justiça.

O desenho Fantomas ganhou nomes variados ao redor do mundo. Nos EUA, foi chamado de Golden Bat, na Itália Fantomas, no Japão Ogon Bato, na Austrália Phantoma, entre outros.

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