Publicado originalmente no blog Juvenatrix Data: 07/02/11
Lançado no Brasil nos tempos das fitas de vídeo VHS, ainda
inédito em DVD, mas disponível para download na internet, “Demônios da
Mente” (Demons of the Mind, 1972) é um filme menor da consagrada lista
da produtora inglesa “Hammer”. Tem os tradicionais elementos que
tornaram-se marca registrada do estúdio como a ambientação antiga com
direito a carruagens, vilarejos escondidos em florestas escuras, aldeões
supersticiosos e sempre ávidos por vingança com tochas nas mãos, além
de castelos imponentes e sinistros, explorando o interessante tema da
“maldição familiar”. Mas, a quase ausência de sangue somada à narrativa
lenta contribuem significativamente para um resultado apenas mediano,
principalmente em comparação com o memorável legado de excelentes filmes
que a “Hammer” deixou na história do cinema de horror.
Uma jovem moça, Elizabeth (Gillian Hills), está fugindo
desesperada pela floresta quando é resgatada por Carl Richter (Paul
Jones), um jovem estudante que mora sozinha numa cabana. Porém, poucos
dias depois ela é recapturada por Klaus (Kenneth Warren, de “O Soro
Maldito”, 1971 e “A Essência da Maldade”, 1973), o capataz troglodita do
Barão Zorn (Robert Hardy), o pai da moça e que vive num castelo,
mantendo tanto a filha como o outro filho, Emil (Shane Briant), presos
em seus quartos e sem contato entre si. O motivo alegado é que sua
família carrega uma maldição, com histórias de incestos, insanidade,
pesadelos perturbadores, com o mal no sangue em uma desordem
hereditária. A situação piorou gradativamente após o suicídio da mãe dos
jovens, que não suportou sua existência de loucura. Eles vivem
encarcerados no castelo, sob os cuidados da tia Hilda (Yvonne Mitchell).
Tentando obter a cura de seus filhos, o barão convocou o
psiquiatra Dr. Falkenberg (o irlandês Patrick Magee, de vários filmes
divertidos como “Dementia 13”, “A Orgia da Morte”, “Morte Para Um
Monstro” e “Laranja Mecânica”), um médico considerado charlatão por
muitos e que possui métodos suspeitos para obter os resultados.
Paralelamente, enquanto belas mulheres são brutalmente
assassinadas na floresta, instigando a supertição local que demônios
estariam agindo na região, um padre fanático (Michael Hordern) está
vagando pelos arredores pregando a necessidade de lutar contra o mal,
orientando os aldeões a fazer justiça em nome de Deus, trazendo mais
problemas ainda para o Barão Zorn.
O diretor australiano Peter Sykes, de carreira curta, não
estava inspirado em “Demônios da Mente”, mas em compensação ele corrigiu
a mão no trabalho seguinte para a “Hammer”, a história de conspiração
satânica “Uma Filha Para o Diabo” (To the Devil a Daughter, 1976),
estrelada pelo ícone Christopher Lee ao lado de Richard Widmark, Denholm
Elliot e a belíssima Nastassja Kinski.
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