Subspecies 4 - 1997


Em 1997, Ted Nicolau retornou a franquia Subspecies pra fazer um último episódio. Subspecies IV, mostra o destino final de Radu, e é em vários aspectos, um filme inferior aos outros da saga.

Após o desfecho do terceiro filme, a vampira Michelle é salva por Ana, uma médica, e é levada a um hospital, onde o médico garante ser capaz de curar o vampirismo. Enquanto isso, Radu escapa novamente da sua quase morte e segue os passos da amada até Bucareste. 

O diretor optou por uma desculpa pouco criativa pra volta de Radu. Vemos o vampiro caindo do castelo em chamas, ao ser atingido pela luz do sol, e ficando preso sobre galhos de uma árvore seca. Eis que ele consegue se soltar e cair num pequeno lago, que apaga as chamas. Então todo queimado, ele consegue entrar num túnel do castelo que está exatamente a sua frente. Bem conveniente, não? Início bem forçado, pois faz parte da mitologia vampiresca o vampiro ser queimado até ser reduzido a pó quando atingido pelos raios do sol. E aqui essa mitologia é desrespeitada a serviço do retorno do personagem, o que parece preguiçoso e pouco imaginativo. 
Apesar de estar longe de ser um filme ruim, Subspecies tem artificios cinematograficos pobres, como os flashbacks de outros filmes da saga, que tornam tudo extremamente cafona e com cara de telefilme, sem contar o erro de continuidade que isso gera: Na cena em que o inspetor Marim se descobre vampiro, por exemplo, é mostrado o flashback do terceiro filme, de quando Radu o fere com uma faca. E como os eventos do filme são em tempo real, seguindo diretamente a partir do final do terceiro filme, a diferença na maquiagem de Radu (a dos outros filmes era branca, a desse é mais sépia) e o visível envelhecimento dos atores, torna tudo muito pouco convincente, quebrando a catarse almejada. Seria melhor se os flashbacks fossem refilmados com os atores envelhecidos, ou então que fossem tirados do filme, em prol de uma narrativa mais eficiente.
Com relação ao elenco as novidades são a delicinha Ioana Abur como a Doutora Ana que com sua beleza consegue ofuscar a musa Denice Duff (por incrível que pareça). E Mihai Dinvale, que interpreta o Dr. Nicolescu, um misto de vampiro e cientista louco. O ator passa o filme todo com a mesma expressão: olhos arregalados e um semi-sorriso na boca, o que acaba sendo um alívio comico involuntário. Também temos como “novidade” o vampiro Ash e sua protegida Serena, que foram introduzidos pelo spin-off  Vampire Journals (que será criticado nessa coluna no próximo mês). Apesar dos vampiros não terem importância essencial para o roteiro, eles tem bons momentos, como as primeiras cenas em que contracenam com Radu, em especial a que Serena quer se unir a Radu.
O desfecho e a destruição final de Radu são bem satisfatórios para os fãs da série, pois não dscaracteriza a franquia. Ted Nicolau conseguiu encerrar a saga de Radu e Michelle com dignidade, apesar de ter um resultado inferior aos outros filmes da franquia. De qualquer forma Radu, com suas caras e bocas e seu visual grotesco, é um dos personagens mais marcantes do horror feito dos anos 80 pra cá. E fãs de filmes de vampiro, têm que conhecê-lo.

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