Subspecies - 1991


O prolífico diretor e produtor Charles Band, deu a luz , através das suas produtoras Empire e Full Moon a vários filmes de horror e ficção científica de baixo orçamento, nos anos 80. Eram filmes com roteiros básicos, mas dirigidos de forma competente e com efeitos práticos criativos, o que levou Band e suas empresas a serem muito cultuadas e respeitadas pelos fãs do bom cinema de gênero. Ainda hoje, colecionadores procuram esses filmes, e conversam entusiasmados sobre eles quando o tema surge numa mesa de bar, por exemplo. Um bom exemplar do cinema da Full Moon, a mais famosa entre as duas produtoras de Band, é Subspecies, de Ted Nicolau , lançado por aqui no início dos anos 90 como Subspecies- A Geração Vamp, pra aproveitar a fama da novela global sobre vampiros.
O filme conta a história do maligno vampiro Radu (Anders Hove), que após um longo tempo no exílio, retorna à sua terra natal, na Transilvânia, e mata o próprio pai (o eterno “Tall Man” da série Fantasma, Angus Scrimm, aqui com uma peruca à lá Cauby Peixoto) para obter a Bloodstone, uma relíquia que contém o sangue de todos os santos. Paralelamente, três universitárias norte-americanas vão à Transilvânia para estudar os mitos locais, e acabam se envolvendo na disputa milenar entre Radu e seu irmão, o vampiro de bom coração (e galã) Stefan (Michael Watson, um ilustre desconhecido), que se apaixona por uma das estudantes, a bela Michelle (Laura Mae Tate, outra ilustre desconhecida).

Subspecies é um filme que tem como elemento de maior força a trilha sonora, repleta de temas instrumentais ambiente, que em alguns momentos remetem a música sacra, e que combinam com a ambientação nublada e sombria da Transilvânia. O surpreendente é que a trilha foi composta por 6 compositores diferentes , mas os temas são tão coesos entre si, que parecem ser obra de um mesmo compositor .
O vampiro Radu também é um personagem memorável, uma vez que o ator Anders Hove o interpreta de forma tão exagerada, abusando de caras e bocas, que acaba resultando numa performance cômica. A sua maquiagem remete ao Nosferatu de Murnau, com a pele extremamente branca, quatro presas na boca (ao invés de duas, como a maioria dos vampiros do cinema) e dedos enormes, com unhas pontiagudas e longas. Unindo seu visual e sua performance, podemos dizer que temos uma caricatura de Nosferatu, o que é bem divertido. Outro elemento marcante do personagem é que toda vez em que chupa sangue, ele fica babando, o que lhe acrescenta algo de escatológico. Voltando a Nosferatu … as cenas em que Radu entra nos quartos das estudantes e quando flagrado, foge, e vemos sua sombra no chão diminuindo até sumir, é outra referência clara ao longa-metragem clássico de Murnau.
As criaturas que nascem a partir do corpo de Radu são animadas por Stop-Motion, também são um show a parte, de encher os olhos de qualquer admirador dessa técnica.

Graças ao sucesso de Radu e do filme, Subspecies teve 3 sequências e um Rip-off (Vampire Journals). Todos serão  analisados aqui na coluna nos próximos meses. 

Fiquem atentos.

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