Soledad Miranda e Vampyros Lesbos

"Possas tu, bela amiga, amar e dormir sobre o peito nu de sua linda amante..."
 
Um dos melhores filmes dirigido pelo genial Jess Franco é sem duvida nenhuma "Vampyros Lesbos", neste filme existem cinco elementos fortíssimos como evidência que o classifica como um verdadeiro filme de horror erótico.

A trilha sonora, a presença das duas musas do diretor, Soledad Miranda e Ewa Stromberg, o domínio expressivo do lesbianismo erótico, a locação adequada em uma paisagem ideal em Istambul, tudo isso e mais o elemento vampírico regado a sangue transformaram este filme num cult.

Que desculpem os puritanos, conservadores, moralistas e preconceituosos quando o assunto é sexo, pois o grande ideal do diretor em "Vampyros Lesbos" é exatamente as cenas picantes de lesbianismo onde a combinaçaõ e imagem perfeita se juntam quando as duas musas (Soledad e Stromberg), se beijam e fazem amor.

O espetáculo da Condessa Nadine Carody (Soledad Miranda) na cena inicial com o candelabro de velas em frente ao espelho e o beijo fatal que seduz sua primeira vítima que permanece imóvel como um manequim, a anatomia feminina e a nudez parcial enchem os nossos olhos de uma luxúria sexual reservada somente para a casta eleita da terra, este é o domínio absoluto do poder do eterno feminino em ação.

A dança erótica no ritmo da música, as roupas íntimas e o beijo com sangue que provocam um orgasmo permitido apenas para vampira nos transportam ao portal do fascinante e obscuro mundo do vampirismo lésbico. Não basta serem lésbicas, é necessário juventude e beleza ideal nas duas amantes e o diretor Jess Franco apostou nisso e acertou! Assim o filme transcorre no ritmo e na sedução fatal entre as duas fêmeas...

A Condessa Nadine Carody parece ser uma descendente direta de Drácula e possivelmente deve possuir algo de Elizabeth Bathory em seu sangue feminino o êxtase absoluto do maior prazer. A vampira mora em um privilegiado palácio no alto de uma colina e deste reduto ela emana a vibração magnética e mental que atrai a linda e loira Westinghouse (Ewa Stromberg) para seus domínios...

O moleirão marido desta beldade tem seu castigo merecido e é trocado por uma mulher. Sua esposa se deixa levar até a ilha remota para se encontrar com a Condessa Nadine e provar o sabor da luxúria que só outra mulher pode conceber.

"Vampyros Lesbos" é um filme de terror com fortes doses de erotismo do qual nenhum mortal sai ileso e Jess Franco colocou todo seu potencial criador neste filme rico em ocultismo e linguagens obscuras cheio de simbologia mística, como por exemplo a presença constante de um escorpião venenoso e uma borboleta presa em uma rede simbolizando a submissão da beleza frágil.

A paisagem ideal de Istambul, antiga Constantinopla que na Idade Média foi tomada pelos Império Otomano conserva até os dias de hoje os traços arquitetônicos principais que serviram para locações panorâmicas desta película. O mar em seu eterno balanço reflete a luz solar e os barcos no porto se contrastam com a paisagem... Nadine Carody tem o costume de atrair suas vítimas para esta ilha remota em seus domínios e todas suas presas são femininas e desta forma ela pode amá-las, curtí-las e por fim matá-las, deleitando-se com seu sangue!

Jess Franco além de dirigir esta película, também faz uma ponta de cena como ator, sempre em papéis subjetivos, também um personagem chamado Morphus é bastante marcante como criado da Condessa Vampira.

O que faz de "Vampyros Lesbos" uma obra tão cultuada é exatamente essa trama que foi adaptada de um outro romance de Bram Stoker, intitulado "O CONVIDADO DE DRÁCULA", é evidente também que o prazer e o desespero de Westinghouse refletido em seus pesadelos de tentações luxúriosas tenha como desfecho uma enigmática imagem de mulher vampiro e sente algo tão forte por ela que a leva ao orgasmo diversas vezes,tudo isso são elementos que classificam "Vampyrus Lesbos" como a obra mais significativa da carreira de Jess Franco.
IN MEMORIAM
 
Aqui registro minha homenagem e minha declaração de amor necromântico a esta bela atriz que cultuo e admiro não somente pela beleza ideal, mas pelo seu potencial de atriz de filmes de terror sendo ela a mulher vampiro por excelência!

Soledad Miranda seus negros cabelos me fascinam, seu rosto de vampira lésbica me domina absolutamente. É como se uma paixão desenfreada seguida daquele febril estremecimento me possuisse e nela eu encontro e reconheço tudo aquilo que um homem como eu está destinado a amar, minha musa predileta, absoluta!

Soledad Miranda também foi musa predileta de um único diretor, chamado Jess Franco, infelizmente a noticia de sua morte deixou seus fãs abalados e o próprio diretor nunca mais se recuperou emocionalmente desta tragédia, um acidente de carro no Estoril matou-a com apenas 27 anos, com sua morte nascia o mito da maior musa do cinema de terror de todos os tempos, a verdadeira e insubstituível rainha do sangue, a mulher vampira!

Sua imagem ideal ficou para lhe dar a imortalidade merecida não tendo outra para substituir, a musa do exploitation contracenou com Christopher Lee em um filme chamado "El Conde Drácula" em uma das melhores versões (na minha humilde opinião) já produzidas adaptadas do livro de Bram Stoker.

Ela trabalhou incansavelmente em uma infinidade de películas, mais não é necessário conhecer ou assistir a todos para se convencer de seu inegável talento sedutor, basta assistir apenas um filme para sentir o poder inigualável desta fêmea vampira na tela. Alguns filmes merecem destaques a saber: Valle de las Espadas (1963), Bochorno (1963), Los Gatos Negros (1964), Currito de la Cruz (1965), Comanche Blanco (1968), Bella Mimi (1968), El Conde Drácula (1969), Vampyros Lesbos (1970), Sex Charade (1970), Pesadelos Noturnos (1970), Juliette (1970), Ela Matou em Êxtase (1973), Eugenie (1976), Sugar Colt (1976) etc...

Expús aqui o suficiente que consumi do seu trabalho para nascer uma grande paixão. Viva Soledad Miranda, Viva para sempre!

(Soledad Rendón Bueno (9 de julho de 1943 – 18 de agosto de 1970), mais conhecida por Soledad Miranda ou Susann Korda faleceu num acidente de viação em Lisboa na década de 70 deixando inconsólável o diretor Jess Franco, que a descobriu atuando em uma peça de teatro aos 16 anos).

0 comentários:

Postar um comentário