O Terror Asiático e seu crescimento, contra o Terror Ocidental e sua regressão

 
Hoje com a globalização, internet como maior veiculo de informações, encontramos um grande crescimento em culturas e sub-culturas de outros países. Posso dizer que essa coluna é um exemplo disso, pois o crescimento do público sobre o terror asiático, vem só aumentando, mas, antes de falarmos sobre diretores, artistas e filmes, vamos falar um pouco sobre a história do terror asiático.
 
Para começar irei analisar o mercado de cinema asiático, pois assim ficará mais fácil ver o "porquê" de seu crescimento tão rápido e forte. Consultarei vários artigos em revistas e na internet, e as teorias e especulações a partir de livros, bem como filmes e os seus homólogos remakes. Em particular vou me concentrar em filmes como Ju-On: (Takashi Shimizu, 2003), Ringu (Hideo Nakata, 1998) e Poltergeist (Tobe Hooper, 1982). Além disso, vou olhar para esses filmes como referenciado na cultura popular. A partir deste espero encontrar que o cinema asiático tem uma grande influência sobre a indústria cinematográfica.
 
O horror japonês, muitas vezes referida como J-Horror, decorre do Edo e períodos Meiji e, muitas vezes centra-se na religião popular como a posse, Yokai, Precognição, xamanismo e exorcismo. (J-Horror, Wikipedia, 2011). Muitos filmes japoneses, por exemplo Ringu, focam-se nos "Yurei", espíritos que foram vinculados ao mundo físico e que as emoções fortes vividas aqui na Terra não lhes permitem passar para o "Outro Lado". O tipo específico de Yurei depende das emoções. O mais comum de J-horror é Onryo, um Yurei obrigado pelo desejo de vingança.
 
Existem muitas diferenças entre os horrores japoneses e os remakes americanos: Não vamos comparar à fidelidade e sim a forma de expressão da arte, pois chegamos a ver e nota-se claramente nos remakes norte-americanos um certo “retalhamento” em seus remakes o que se difere das produções japonesas, pois o comércio asiático pode ser um pouco mais “flexível” ou “evoluído” em questão a cenas de horror, sangue etc. Um exemplo disso é que o horror americano normalmente tenta explicar-se para que possamos saber por que uma criatura do mal está fazendo o que está fazendo.
 
O que quero explicar é que os filmes norte-americanos tendem a ser auto-explicativo e simples. Eles não tendem a dobrar as regras ou ter muitos significados ocultos. No entanto, horror japonês pode ser muito mais complexo, com muitos significados ocultos. Às vezes, as regras são quebradas e a lógica totalmente desafiada e você tem que aprender a vê-la como uma lógica aos olhos dos outros. Existe um exemplo muito para dizer sobre filme asiático é o seguinte: “No horror asiático, 2 +2 pode ser igual a 6, você só precisa aceitar".
 
Quando Ring foi lançado no Japão, ele recebeu uma grande quantidade de espectadores, tornando-se o filme de maior bilheteria no país e recebeu 23 críticas positivas. Ring rapidamente se tornou um dos filmes mais comentados em toda a Ásia. No entanto, não foi por causa do diretor americano Gore Verbinski redefinir a estória para um remake ocidental que os contos japoneses Yurei se tornaram populares na sociedade ocidental. Uma vez que o remake saiu, os contos de assombração japoneses foram quase que instantaneamente enxertados na cultura popular aparecendo em todas as formas de mídia, como por exemplo na web-comics 'The Rugrats ". (The Ring.
 
Ringu teve duas continuações, Rasen (Joji Iida, 1998) e Ringu 2 (Hideo Nakata, 1999), bem como um “começo” Ring 0, (Norio Tsuruta 2000). Havia também um remake coreano Ringu (The Ring) que quase não veio ao conhecimento do público. O sucesso internacional do filme despertou o renascimento do cinema de horror no Japão, resultando em filmes como Ju-On:. O Grito, Água Negra: Dark Water (Honogurai mizu no soko kara, 2002) e Pulse (Kiyoshi Kurosawa, 2001).
 
Também poderia ser argumentado que apenas a idéia de horror sobrenatural era incomum na sociedade ocidental até o cinema asiático bombardear o mundo com fantasmas misteriosos de cabelos compridos prontos para jogar o medo e o pânico no subconsciente do mundo. O autor do Ringu alegou que teve sua inspiração a partir de Poltergeist, mas no entanto um argumento que pode permanecer é que desde o lançamento do The Ring (Gore Verbinski, 2002), filmes ocidentais se moveram em direção a temas sobrenaturais ao horror. Filmes como Ringu também influenciaram a criação de filmes como o Feardotcom (William Malone, 2002) que conta a historia de um grupo de quatro pessoas foram encontradas mortas, após realizar seu login em um site chamado “fear.com” O filme é uma certa adaptação a trágica tecnologia japonesa que era uma simples VHS (brincadeiras à parte...hehhehhe).

Já o horror dos EUA não teve nenhuma idéia nova desde o boom dos filmes de terror da década de 1980. Pois é fato que estamos vendo vários remakes de filmes da década de 80, com a tecnologia do século XXI, e por isso que estamos vendo também que o terror asiático só cresce no ocidente. Li ainda em um fórum que Thomas Shatz diz que os filmes ocidentais estão seguindo um jogo de etapas e que entre elas estão o experimental, o refinamento, o clássico, etc.
 
Em conclusão, é evidente que a mídia mainstream japonesa é muito mais extrema, tanto em termos de violência quanto outros temas. Existem muitas maneiras diferentes em que horror japonês tenta influenciar o público e com isso tem influenciado bastante a indústria cinematográfica internacional e curiosamente os filmes de horror americanos têm influenciado horrores japoneses que foram refinados e atpé mesmo reescritos para re-influênciar a indústria americana de horror. Para se ter um exemplo disso citaremos o filme "Poltergeist" como sendo a influência direta de Ringu e Ringu sendo influência para outros. Posso ainda dizer que os filmes da cultura pop americana de horror são influenciados por filmes "cool" asiáticos (como cheguei a comentar muito aqui neste post) porém, uma forte forma de terror que vejo sempre inovando é o "Lado B" da cena de horror. Nesta pequena disseratção sobre o Horror Asiático me referi apenas aos filmes hollywoodianos, com grandes luzes, câmeras e diretores famosos gritando “AÇÃO”, porém, os filmes de menor visualização na mídia crescem descomunalmente em matéria de criatividade, efeitos, inovação.
 
No mais, fica aqui a dica da coluna Sangue em Tokyo para quem quiser saber mais sobre a indústria cinematográfica nipônica e seus segredos e fantasmas...
Diego A. Horta

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