O horror de se assistir American Horror Story


ATENÇÃO: este texto contém spoilers!
 
Como estamos num período de retrospectivas postarei aqui sobre um dos maiores arrependimentos cinematográficos que tive em 2011: depois de chorar lágrimas de sangue ao assistir as versões 2011 de "The Thing" e "Fright Night" o terror (em seu pior aspecto!) tomou conta dos meus olhos na série televisiva "American Horror Story".
 
"American Horror Story" é uma série de televisão americana de drama/terror criada por Ryan Murphy e Brad Falchuk. A série estreou nos Estados Unidos no canal FX no dia 5 de Outubro de 2011 e começou a ser transmitida no Brasil a partir do dia 8 de novembro pelo canal de TV fechada, FOX Brasil. A série apresenta a família Harmon, Ben (Dylan McDermott), Vivien (Connie Britton) e sua filha Violet (Taissa Farmiga), que se mudam de Boston para Los Angeles depois que Vivien sofre um aborto e Ben tem um caso extraconjugal. No novo lar eles são apresentados à nova governanta Moira O'Hara (Frances Conroy) e a intrometida vizinha Constance (Jessica Lange) e sua filha especial Adelaide (Jamie Brewer). No decorrer da trama os Harmon descobrem que a propriedade guarda segredos e histórias horripilantes que podem mudar para sempre a vida (ou o que vem após ela) dos moradores que habitarem aquela sinistra casa.
 
Quando “American Horror Story” foi anunciada até causou certo frisson entre os fãs de horror no mundo todo. Com uma abertura pra lá de macabra (e com aquele jeitinho MTV de ser) conseguiu me chamar atenção mais pela curiosidade em assistir um trabalho recente com Jessica Lange (a "namorada" do gorilão em "King Kong", de 1976) do que pela trama “amittyvilleana” da série. Os três primeiros episódios foram tão entediantes e confusos que quase conseguiu me fazer desistir de assistir o restante da série, mas como tive esta mesma impressão com o fabuloso “Game of Thrones” decidi arriscar e ir até o fim...
 
Nos episódios de Halloween (4 e 5) a coisa pareceu melhorar. O passado de Tate começou a ser descoberto como um esqueleto mal enterrado e a introdução do casal gay Chade e Patrick (Zachary “Sylar” Quinto e Teddy Sears) que havia comprado a casa antes dos Harmon prometeram apimentar um pouco as coisas por lá e depois da morte prematura de “Addie”, (a atriz que na minha opinião segurou toda a série até o momento de sua morte no mínimo, estúpida) e da bombástica revelação de que Violet já havia se tornado mais um dos espíritos presos na casa a trama só mostrou que American Horror Story poderia estourar como uma incrível novidade de 2011.
 
Ledo engano...
 
Nos episódios que se seguiram Ryan Murphy e Brad Falchuck fizeram com que seus fantasmas dançassem um “samba do crioulo doido” que desregulou o pouco de instabilidade que a série havia conquistado. Superlotação de fantasmas, falhas no roteiro, cortes desnecessários e cenas estendidas até alcançarem o limite do sono acabaram por enterrar de vez a minha vontade de assistir uma segunda temporada. Depois de um final no estilo “Os Fantasmas se Divertem” que encerrou a primeira temporada nem a (re)aparição da versão gostosa da governanta Moira O'Hara (interpretada por Alexandra Breckenridge) foi suficiente para apaziguar uma seleção de xingos e maledicências em frente do computador.
 
Agora o que fez de "American Horror Story" um sucesso entre as séries de 2012 ainda é um mistério ainda maior do que o que ronda o terreno da propriedade assombrada. Os criadores Ryan Murphy e Brad Falchuck começaram a trabalhar em "American Horror Story" antes de sua série “Glee”, exibida pela Fox e com um teor musical-comédia-drama muito interessante se você não curte pensar demais. “Estamos fazendo uma série completamente limpa, doce, otimista, eu queria fazer algo que seja semelhante ao lado diferente da minha personalidade", disse Ryan Murphy ao seu parceiro. "Você quer que as pessoas fiquem um pouco fora de equilíbrio depois de assistir a um episódio?", complementou Falchuck. Mas parece que algo não saiu como o planejado, pois a única fórmula que funcionou foi a de deixarem os espectadores fora do seu equilíbrio...LITERALMENTE!!!
 
Chega até a ser uma blasfêmia também descobrir que as bases da série foram "Rosemary's Baby" (O Bebê de Rosemary, 1968), "The Shinning" (O Iluminado, 1980) e a novela da ABC "Dark Shadows" (1966-1971) que a avó de Murphy obrigou-o a assistir quando era mais jovem para fortalecê-lo. Pelo resultado conseguido na construção de "American Horror Story" parece que a bondosa senhora deveria ter empurrado alguns clássicos de Herschell Gordon Lewis pela goela adentro de seu estimado netinho. O que não mata, engorda.
 
E se você acha que já acabaram os pontos negativos apenas sente e espere. Os produtores já tinham comentando a intenção de apresentar uma série que introduzisse uma nova história e elenco a cada temporada. Isto daria à produção uma característica de antológica (formato no qual vemos história e elenco diferentes a cada episódio). Em coletiva à imprensa nos EUA, Murphy disse que somente anunciará o novo elenco em fevereiro, juntamente com o enredo, mas já adiantou que alguns dos atores vistos na primeira temporada poderão marcar presença na próxima. No entanto, eles interpretarão outros personagens(?). Os contratos ainda estão sendo negociados, por isso não há confirmação sobre quem retornará.
 
Segundo Murphy, a nova trama não será situada na mansão que serviu de ambiente para a primeira temporada. Desta forma, mantendo o mesmo tema (como manter o mesmo tema sem ter nenhuma ligação com o tema anterior também é outro aspecto sobrenatural da série), a segunda temporada da série, e as próximas (Jesus!) transforma “American Horror Story” em uma sessão de histórias de terror, exibida anualmente com o formato minissérie. Além do elenco e da história, que poderá ter um desenvolvimento narrativo completamente diferente a cada temporada, ela também terá uma nova abertura, que fará referência à trama que será apresentada.
 
“American Horror Story” terá 13 episódios produzidos para sua segunda temporada, com a possibilidade de ampliar para um número maior, se assim for necessário para a trama. A estréia está prevista para ocorrer nos EUA entre setembro e outubro de 2012 e eu aguardarei com todo afinco que a antiga Profecia Maia se revele e me leve antes de receber uma maldição pior do que a morte.

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