Lançamento do livro, Meu amor é um Vampiro



No gélido poente do dia dos namorados deste ano realizei uma interessante palestra sobre a história da produção cultural e o folclore de temática vampiresca lá no lançamento do livro “Meu Amor é um Vampiro”, coletânea organizada pelo Eric Novello e a Janaína Chervezan e publicada pela editora Draco. O evento aconteceu na livraria Saraiva Mega Store do Shopping Paulista e reuniu naquele finalzinho de tarde apreciadores de literatura fantástica, autores amigos, participantes da coletânea, cosplays e fãs de Crepúsculo… O evento se iniciou com as boas vindas ao evento realizadas pela Natasha (presidente do Twilight Universe) e o Rafael Viana (site Bookeando);Depois tivemos uma breve apresentação do livro pelo Erick Sama da Editora Draco.Na sequência foi a vez da mesa principal contou com a participação das autoras Rosana Rios, Giulia Moon e do palestrante convidado, “Lord A:.”.

Na palestra, resgatei conteúdos do começo dos romances vampirescos, que se iniciam com a poesia Christabel de Samuel Taylor Coleridge na segunda metade do século XVII – onde os vampiros são tomados dos contos folclóricos e passam a servirem como máscaras para artistas e escritores falarem e explorarem temas considerados como tabús, tais como: morte, vida, o que é realmente viver e ainda sexualidade… Notem que a personagem Geraldine (uma vampira) é lésbica e tem um caso com Christabel (personagem título).Esta abordagem alegórica irá se tornar uma tradição nas obras dos “descendentes literátos” de Coleridge como Byron, Poe, Baudelaire, Bran Stocker e este alegórico “DNA literato” alcança até Anne Rice ou Popy Z.Brite… No Brasil temos mais de quarenta anos de produção cultural de temática Vampiresca. As primeiras aparições começam na segunda metade da década de 1960 com a participação da atriz Norma Benguell na produção italiana Planeta dos Vampiros e com um longa metragem nacional chamado “Um Sonho de Vampiros”.Depois destes tivemos muitos filmes, peças teatrais e até novelas com Drácula em pleno anos de 1980.Uma das grandes curiosidades é a criação da personagem “Mirza, A Mulher-Vampiro” de Eugênio Collonesse e Rodolfo Zalla que antecedeu em três a cinco anos a personagem Vampirella dos norte-americanos. Na palestra sublinhei um retrato bem detalhado sobre as primeiras autoras que exploraram a temática “vamp” como Flávia Muniz, Martha Argel e Giulia Moon e sua importância e pioneirismo para a cena da literatura fantástica de temática vampírica brasileira. Isso sem falar na campanha do Dia dos Vampiros que se tornou data oficial da cidade de São Paulo, empreendida anualmente pela cineasta Liz Marins que interpreta a vampira Liz Vamp nos cinemas. Quem desejar conhecer mais sobre a trajetória cultural do vampiro no Brasil pode consultar a cronologia da produção cultural vampirica no Brasil no RedeVamp.

Depois da breve-palestra foi a vez das autoras estreantes Adriana Araújo, Ana C. Silveira e Cristina Rodriguez contarem um pouco de suas trajetórias e da emoção de participarem desta bela coletânea. Um assunto muito interessante que foi levantado pelo público presente ao evento durante as falas das autoras e do convidado – foi a questão do preconceito sofrido por apreciadores de literatura fantástica e até mesmo integrantes de cenas culturais alternativas. Soubemos de um caso aterrador acontecido há pouco tempo, onde uma mãe-de-família evangélica decidiu incinerar na fogueira livros de ficção ou de fantasia em praça pública… uma barbárie sem tamanho em pleno século XXI. Note que falamos de obras de arte e de imaginação sem qualquer cunho ou perspectiva de cosmovisão ou ainda religiosa.

Durante o evento ainda tivemos as presenças do autores Sérgio Pereira Couto, Martha Argel, Flávia Muniz, Adriano Siqueira, Eric Novello e da cineasta e atriz Liz Marins que interpreta a personagem Liz Vamp. E também de muitos cosplays de personagens vampirescos e ainda do público que compareceu para prestigiar este delicioso lançamento.

FONTE: RedeVamp

0 comentários:

Postar um comentário