Prowl - 2010


No ano de 2007, foi lançado um filme que trazia uma visão original e assustadora dos vampiros: 30 Dias de Noite. Baseada em uma HQ americana homônima, o filme trazia vampiros monstruosos, estranhos e assustadores, que falavam uma língua desconhecida, o que só os tornavam mais macabros. Ao ver este filme, achei que ele seria um divisor de águas dos filmes de vampiros e que ia influenciar a maioria dos filmes do gênero que vieram depois dele. Mas isso não se concretizou, e a maioria das produções continuou a repetir o modelo do vampiro clássico, ou a lá Anne Rice, resultando em, com raras exceções, filmes cada vez mais repetitivos e nada criativos. Mais eis que em 2010, surgiu um interessante filme independente, com criaturas vampirescas inspiradas em 30 Dias de Noite: Prowl, uma co-produção entre EUA e Reino Unido, lançado no Brasil como A Armadilha.
O filme conta a estória de Amber (Coutney Hope), uma jovem que sonha em fugir da pequena cidade onde mora e convence seus amigos a acompanhá-la. Quando o carro em que viajavam quebra, eles aceitam com gratidão a carona de um caminhoneiro. Mas quando o motorista se nega a parar e descobrem que o veículo está cheio de caixas manchadas com sangue, começam a temer pelo pior. Eles são levados para um armazém escuro e abandonado onde se tornarão presas de criaturas sanguinárias. 

Prowl começa de forma lenta e envolvente, nos apresentando Amber e seus estranhos pesadelos e visões, criando uma aura de mistério que vai sendo solucionada aos poucos no decorrer do filme. Os personagens, apesar de caricatos (há o nerd, o pegador boa pinta e grosseiro, etc.) são mais verossímeis que na maioria dos filmes do gênero, e os atores, em sua maioria, são razoáveis. O diretor Patrik Syversen é bem hábil em criar tensão, e a ambientação escura e claustrofóbica do galpão e da fábrica abandonada ajudam nessa tarefa … o roteiro é bem simples, porém eficaz, desenvolvendo bem o arco da protagonista, e usando todos os coadjuvantes de forma precisa, uma vez que nenhum personagem fica em tela mais tempo que o necessário. O caminhoneiro interpretado pelo veterano Bruce Payne (Necronomicon, Warlock III, Passageiro 57) é um bom exemplo disso, tendo a sua importância no primeiro ponto de virada da trama, e depois aparecendo pouco, mas suas cenas sempre trazem respostas importantes para a trama e os personagens. Outro ponto positivo do filme é a boa trilha instrumental, que é bem atmosférica, tendo seus melhores momentos no primeiro ato, assim como o trabalho de som em toda a parte da fábrica, misturando trilha, rosnados e sons ambientes de uma forma engenhosa, tornando tudo mais tenso. E quanto ao visual dos vampiros, apesar de ser quase um plágio daqueles de 30 Dias de Noite, funciona de forma eficaz .
Quanto aos pontos fracos, posso citar as cenas de perseguição dos vampiros aos humanos, que poderiam usar menos câmera na mão tremida, pois esta ás vezes treme tanto que não conseguimos ver direito a ação... nada que seja do nível de Michael Bay , mas ainda assim, incomoda. Já o segredo do filme, acaba não tendo tanto impacto, pois são dadas tantas dicas anteriormente que o espectador já o resolve por antecipação.

Porém avaliando o todo, o saldo final é positivo e faz com que fiquemos na expectativa de uma continuação , pois há um gancho final bem interessante . Eu adoraria ver o universo vampiresco do filme ser ampliado em outros filmes . Então , que Prowl 2 veja a luz do dia …                                                                
A Armadilha (Prowl), EUA/UK, 2010. Direção: Patrik Syversen. Elenco: Courtney Hope, Ruta Gedmintas, Perdita Weeks, Jamie Blackley. Distribuição: Califórnia Filmes.

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