
Klaus Kinski nasceu em 18 de outubro de 1926 em Zoppot (hoje
Sopot, Polónia), que na época fazia parte da Cidade Livre de Danzig. Em
1930/31, a família mudou-se para Berlim, onde Kinski freqüentou o
Prinz-Heinrich-Gymnasium em Schöneberg. Teve uma infância e juventude
atribuladas. Os seus pais eram muito pobres e por vezes teve de roubar
para comer. Desde cedo se mostrou empreendedor e desembaraçado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o jovem Kinski foi convocado
para a Wehrmacht e serviu nos Países Baixos. Kinski deserta e rende-se
às tropas britânicas, passando a maior parte da guerra como prisioneiro
de guerra. Foi no campo de prisioneiros que descobriu seu talento de
ator, representando para os outros prisioneiros. Após a guerra, decide
retornar à Alemanha Ocidental em vez da Polônia devido ao regime
comunista lá instalado.
Na Alemanha, Kinski estudou teatro sob vários mestres, mas era
sobretudo um autodidata. Tornou-se famoso como recitador de textos de
Shakespeare, Oscar Wilde, Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire ou François
Villon. Trabalhou no teatro e em 1948 estreou-se no cinema,
desempenhando um pequeno papel no filme Morituri. Tornou-se ator do
emergente cinema alemão do pós-guerra e no início dos anos 60 a sua
carreira internacionalizou-se, tendo participado no filme Doutor Jivago
de David Lean, em western-spaguethis e em inúmeros filmes de série B.
Durante a sua carreira, Kinski teve propostas de realizadores
como Federico Fellini, Pier Paolo Pasolini, Luchino Visconti ou Steven
Spielberg, mas, segundo ele, recusava quase sempre a favor de papéis em
filmes de realizadores menores ou medíocres, que lhe pagassem melhor e
lhe dessem menos incómodo. No entanto, essas recusas deviam-se,
provavelmente, ao fato de Kinski não querer trabalhar com realizadores
com personalidades tão fortes quanto a sua, que o pudessem ofuscar ou,
de alguma forma, subjugar.
A sua reputação internacional foi obtida depois de cinco
colaborações com o cineasta Werner Herzog nos filmes Aguirre, der Zorn
Gottes (1972), Woyzeck (baseado na peça de Georg Büchner) (1979),
Nosferatu: Phantom der Nacht (1979), Fitzcarraldo (1982) e finalmente
Cobra Verde (1987). Em 1989 Kinski foi também realizador do filme Kinski
Paganini.
A personalidade Kinski era bastante pitoresca e controversa.
Era uma vedeta caprichosa e difícil e as suas violentas explosões
coléricas, por motivos insignificantes, tornaram-se lendárias. Era o
terror dos realizadores e produtores. Por outro lado, era um Don Juan
insaciável e chegava a querer participar num filme só para ter
oportunidade de seduzir determinada atriz. Não era um ator camaleônico
ou minimalista ou que pudesse representar vários tipos de personagens. A
sua personalidade forte sobressaía e representava quase sempre
personagens do tipo dostoievskiano: atormentados, fanáticos, violentos,
obcecados, intensos, criminosos, apaixonados ou loucos.
Em 1975, publicou a sua magnífica e rabelaisiana autobiografia
Ich bin so wild nach deinem Erdbeermund, onde relata a sua vida intensa
e atormentada, as suas ardentes e inúmeras paixões e aventuras
eróticas, e onde também revela a sua personalidade excessiva e algo
fantasiosa.
Foi casado quatro vezes e pai de três filhos, entre os quais a
atriz Nastassja Kinski com quem teve um caso incestuoso que
escandalizou o mundo e que foi negado até a sua morte.
Bibliografia
* Klaus Kinski (1975): Ich bin so wild nach deinem Erdbeermund (Autobiographie). München, Rogner & Bernhard.
* Klaus Kinski (1991): Ich brauche Liebe (Autobiographie). München, Heyne.
* Klaus Kinski (1992): Paganini. (Autobiographie). München, Heyne.
* Hilmar Hoffmann, Walter Schobert (Hrsg.) (2001): Ich, Kinski. Frankfurt am Main.
* Peter Reichelt, Ina Brockmann (Hrsg.) (2001): Klaus Kinski: Ich bin so wie ich bin. München, Deutscher Taschenbuch Verlag.
* Christian David (2006): Kinski. Die Biografie. Berlin, Aufbau-Verlag.
* Klaus Kinski, Peter Geyer (2006): Jesus Christus Erlöser und Fieber - Tagebuch eines Aussätzigen. Frankfurt, Suhrkamp.
* Peter Geyer (2006): Klaus Kinski - Leben, Werk, Wirkung Frankfurt, Suhrkamp.
* Klaus Kinski (1991): Ich brauche Liebe (Autobiographie). München, Heyne.
* Klaus Kinski (1992): Paganini. (Autobiographie). München, Heyne.
* Hilmar Hoffmann, Walter Schobert (Hrsg.) (2001): Ich, Kinski. Frankfurt am Main.
* Peter Reichelt, Ina Brockmann (Hrsg.) (2001): Klaus Kinski: Ich bin so wie ich bin. München, Deutscher Taschenbuch Verlag.
* Christian David (2006): Kinski. Die Biografie. Berlin, Aufbau-Verlag.
* Klaus Kinski, Peter Geyer (2006): Jesus Christus Erlöser und Fieber - Tagebuch eines Aussätzigen. Frankfurt, Suhrkamp.
* Peter Geyer (2006): Klaus Kinski - Leben, Werk, Wirkung Frankfurt, Suhrkamp.
- Morituri (1947)
- Ludwig II (1955)
- Der Rächer (1960)
- Die toten Augen von London (1961)
- Das Geheimnis der gelben Narzissen (1961)
- Die seltsame Gräfin (1961)
- Das Rätsel der roten Orchidee (1961/62)
- Scotland Yard jagt Dr. Mabuse (1962)
- Die Tür mit den sieben Schlössern (1962)
- Das Gasthaus an der Themse (1962)
- Der Zinker (1963)
- Der schwarze Abt (1963)
- Das indische Tuch (1963)
- Die Gruft mit dem Rätselschloß (1964)
- Winnetou 2. Teil (1964)
- Das Verrätertor (1964)
- Neues vom Hexer (1965)
- Doctor Zhivago (1965)
- For a Few Dollars More (1965)
- Il Grande Silenzio (1968)
- E dio disse a caino (1970)
- Aguirre, der Zorn Gottes (1972)
- Un Genio, Due Compari, Un Pollo (1975)
- Nosferatu - Phantom der Nacht (1978)
- Woyzeck (1979)
- Fitzcarraldo (1981)
- Cobra Verde (1987)
- Kinski Paganini (1989)
- Mein liebster Feind (1999)





































0 comentários: