
Basket Case é um clássico
oitentista escrito e dirigido por Frank Henenlotter, responsável por
outras pérolas grotescas como Brain Damage, Bad Biology e Frankenhooker.
Mesmo tendo como maior obstáculo o seu baixo orçamento o filme ganhou o
público na década de 80, graças ao humor negro e violência over-the-top
da trama. Também deve seu debut como um dos filmes cult do “cinema
bagaceiro” devido ao advento do vídeo residencial.
A trama conta a história de
Duane Bradley (Kevin Van Hentenryck), um jovem aparentemente normal
vindo do interior de Glens Falls com seu irmão gêmeo. O único problema é
que o irmão de Duane, Belial, é uma besta deformada que vive em uma
cesta de vime. Durante a gestação da mamãe Bradley o gêmeo monstruoso
acabou por ser anexado ao lado de Duane como um gêmeo xipófago. O pai de
Duane não aceitava a aberração e procurou todos os meios judiciais para
“abortar” a criatura, mas como não poderia extirpar o filho deformado
sem ter de prestar contas com a Lei decidiu contratar alguns médicos
para realizarem uma operação clandestina que devolvesse a dignidade para
o seu filho. Na tenra idade de oito anos, os irmãos foram separados
cirurgicamente contra a sua vontade e o gêmeo de Duane foi descartado
como lixo cirúrgico e jogado numa lixeira próxima à residência dos
Bradley.

Enquanto se recuperava da
operação, o jovem Duane começa a escutar a voz de Belial em sua cabeça
pedindo socorro no meio da madrugada. Profundamente ressentido por ter
sido separado de seu irmão, Belial convence Duane a se vingar do Dr.
Lifflander e dos outros médicos. Após o assassinato de Lifflander na
pacata cidade de Glens Falls pelas mãos poderosas do gêmeo deformado,
Duane e seu irmão decidem fugir de casa e ir para Nova York onde residem
os outros responsáveis pela separação. O ódio que queima a mente de
Belial só poderá ser apaziguado quando todos os responsáveis pela
operação forem mortos.
Em Nova York, mais precisamente
na Times Square, os irmãos Bradley alugam um quarto onde planejam as
formas mais bizarras de realizarem sua vingança. No momento dos
assassinatos o único a sujar as mãos é o bizarro Belial. Apesar de ter
apenas o tamanho de uma mochila de acampamento e ter o corpo todo
atrofiado o “gêmeo maligno” de Duane é dono de uma força descomunal.
Seus braços são fortes como tenazes e suas unhas e dentes rasgam a carne
como manteiga e, desta forma, mordendo e destrinchando rostos e
cabeças, que a dupla vai seguindo com sua vingança até Duane desenvolver
uma “paixonite” por uma atendente chamada Sharon (Terri Susan Smith),
fato este que acaba por gerar certo ciúme em seu irmão. Esta
discordância terá um efeito bastante negativo na convivência deles que
acarretará em uma avalanche de problemas até o final do filme…

Basket Case vingou muito mais
pela empatia com os personagens do que pela sua produção. A interação
entre os personagens é, todavia, hilária. Destaque total para a cena
onde Belial decide acordar seu irmão pra conversar no meio da madrugada.
Duane amaldiçoa o fato de não poder tapar os ouvidos porque seu irmão
conversa com ele por meios telepáticos. Outra cena memorável é quando
Belial decide furtar uma calcinha de Casey, a vizinha baranga
(interpretada por Beverly Bonner) para realizar um 5×1 e, infelizmente,
Duane também tem acesso a todos os pensamentos molhados do irmão, que se
encontra no conforto de sua cesta. Os efeitos especiais utilizados na
movimentação de Belial consistem basicamente em um fantoche de látex em
algumas cenas e algumas tomadas é utilizada efeitos de stop-motion
quando é necessária a aparição do personagem em movimento. Quando Belial
é visto estraçalhando o rosto de suas vítimas com suas garras é o
próprio Henenlotter quem utiliza uma prótese que reproduz o braço do
irmão deformado.
Basket Case foi lançado nos
cinemas nos EUA pela Analysis Film Releasing Corporation no início de
abril de 1982, mas era tão bizarro que acabou se tornando um “filme da
meia-noite” (gênero de filmes B que só passavam nas madrugadas insones
norte-americanas) por vários anos após seu lançamento. O filme foi
lançado em DVD nos EUA dezesseis anos depois pela Image Entertainment,
em 1998 e esta versão está atualmente fora de catálogo.
Em 2001 o filme foi relançado em uma edição especial pela Weird Vídeo e lançado em Blu-ray no dia 27 de setembro de 2011.





































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